quinta-feira, 11 de maio de 2017

Outro caldo-verde

                 É impossível falar de uma receita de caldo-verde, tantas são as maneiras de fazer e servir essa deliciosa sopa de couve-galega cortada em juliana finíssima.
Desde os que se resumem à couve escaldada em água a ferver com um fio de azeite, do Norte serrano, aos encorpadas num caldo em que a batata é dominante, até alguns modernaços feitos com coentros em vez de couve, com ou sem rodela de chouriço ou salpicão, com ou sem broa a acompanhar, há poucas sopas mais reconfortantes e icónicas na nossa cozinha.
Fornecendo uma grande quantidade de sais, vitaminas e fibras de excelente qualidade alimentar, o calcanhar-de-Aquiles dos caldos verdes é a grande quantidade de hidratos de carbono que são introduzidos pela presença mais ou menos abundante de batata no caldo. Criaram-se então, para os amantes da linha e das dietas, versões em que a batata era substituída por courgette e/ou couve-flor, o que dava um caldo verde já bastante satisfatório mas um tanto ralo e transparente que fazia sempre ficar a lembrar o sabor bom da batata.
É para evitar essa dificuldade que hoje aqui deixo esta versão de caldo-verde ligeiro, totalmente dietético e a poder-se consumir sem moderação, mas a apresentar um caldo denso, branco e espesso, um caldo a fazer logo lembrar os velhos caldos-verdes de batata, mas sem pecado!
O efeito (e o sabor) obtém-se com o uso de uma couve mal-amada entre nós, a couve-rábano, também conhecida por couve-nabo, seja da roxa ou da verde.
Por dentro parece um nabo mas com sabor neutro e estrutura densa que se adapta na perfeição para estas funções de base de sopa.

Ingredientes:

Couve-galega em juliana finíssima (caldo verde)
Couve-rábano
Couve-flor
Cebola
Alhos
Sal e pimenta
Azeite

Preparação:

Descasque, e parta em pedaços a couve-rábano e a cebola e coza-as com a couve-flor, os alhos, sal, pimenta e azeite.

Passe no copo liquidificador ou com a varinha até obter um puré liso e junte-lhe o caldo verde.
Deixe cozer até a couve estar a seu gosto,
rectifique o sal e sirva apenas com um fio de azeite virgem ou com o que quiser.

Neste caso, optei pelas pequenas azeitonas galegas de sabor ácido e único e por rodelas de chouriço de carne previamente assadas no microondas num prato inclinado,
de modo a intensificar o sabor e extrair a maior parte da gordura e tornar a sopa melhor para a linha.

1 comentário:

fábio souto disse...

Boa noite Sr Luis,

Há alguns anos era um visitante frequente do seu blog, e até lhe pedi uma receita de almôndegas, que pouco depois escreveu, e desde aí a uso sempre como referência.
Quero só mandar um abraço, fico muito contente de ver que nestes anos todos nunca perdeu o amor pela cozinha; a sua qualidade na descrição destas receitas é inigualável.
Daqui a uns dias vou experimentar fazer pão como descreveu há umas receitas atrás, o isco já está pronto! Um bem haja e tudo a correr bem!